Um filme que aborda as questões mais pragmáticas da nossa vivência no mundo como o conhecemos, através de uma distopia futurística que compreende fantasia e ficção científica. Num misto de sensações, quem vê The Giver, na versão portuguesa, O Dador de Memórias, não fica indiferente. Talvez, seja difícil para o comum mortal entender a simplicidade da abordagem de temas tão humanos, como o amor, o sentido de família, as demonstrações de carinho e afecto, as sensações que obtemos da natureza e de outros temas controversos como a doença, o ódio, a guerra e a morte. Mas, quem o consegue, torna-se mais rico ao passar a olhar para as coisas que o rodeia de outra forma.

The Giver conta a história de um menino de 12 anos que vive numa comunidade isolada onde tudo é perfeitamente controlado, de modo a que tudo o que é necessário para sobreviver é fornecido. Não há chuva, não há neve, não há mar nem rio, existem árvores e plantações que nunca secam. Tudo é perfeito. Não há poluição. Não há carros, só há bicicletas eléctricas. As casas são grandes e espaçosas, perfeitamente ordenadas, estilo Projecto Vénus. É tudo perfeito. Toda a gente tem uma profissão. Ninguém ousa sentir raiva, ódio ou repulsa, não há contacto físico, nem violência. Não é permitido mentir. É tudo perfeito. Aparentemente. Porque nesta comunidade, onde parece haver tudo, parece faltar o mais importante. As emoções.
Injecções matinais são tomadas para inibir os mais profundos sentimentos - as emoções. E no lugar disso vem a apatia. Vem o não saber o que está para além dos princípios da comunidade, onde há horários e regras cumprir. Mas Jonas, não se enquadra em nenhuma profissão pré-definida pelos anciões, tanto que é escolhido para ser o receptor de memórias. Porque para saber fazer bem, é preciso conhecer o mal. Um não funciona sem o outro. O nosso conhecimento baseia-se em opostos.
As memórias são a chave do conhecimento, porque elas permanecem e com elas adquirimos experiência. Para quem nunca conheceu a neve, o mar ou mesmos os animais, pode ser uma verdadeira explosão de sentimentos. E é só quando não temos, que valorizamos tudo o que possuíamos...



Há que inverter esta situação. E filmes como este ajudam muito. Inspirem-se. Sejam distópicos. Se não puderem ser utópicos.
Aproveitem a vida e o que ela vos oferece, enquanto é tempo. Por isso, vou aproveitar a vida e já venho.

                              

O blog que inspira e transpira energia para o dia-a-dia.