E eis que tudo muda. Tudo dentro de mim renasce. Aquela vela que em tempos estava acesa, tivera se apagado, mas houve algo que a fez reacender. Não é fácil, acender uma vela quando ela está mais do que dilacerada, é preciso todo um conjunto de reacções de combustão que devem conduzir ao processo de ignição imediata, soltando fagulhas por onde quer que passe. E a vela volta a dar a luz que precisava para viver. Renascer para a vida. Voltar a acreditar numa sucessão de acontecimentos que nos levem a bom porto. Que nos conquistem no trajecto e nos maravilhem na chegada. Tudo na vida é uma viagem por terras desconhecidas e nunca antes navegadas. Se hoje estamos no fundo do Oceano, amanhã podemos estar no Céu. E quando menos imaginarmos, damos por nós a voar, a voar para lá do inimaginável, mas conscientes da altitude a que sobrevoamos a Terra, porque nunca sabemos quando podemos voltar a cair. Se no caminho encontrarmos uma tempestade, há que saber que por muito que custe a passar, nada é eterno e o Sol tarda a vir, mas reaparece, como num passe de mágica, voltando a difundir raios de luz que penetram suavemente nas gotas de água, dando origem ao efémero arco-íris. O caminho para a felicidade é sem dúvida o arco-íris, porque apesar de não sabermos o que está no seu final, aprendemos a apreciar a paisagem e as maravilhosas cores que o constituem.

A.M