Quando é que inventam touchscreens com relevo? É muito bonito ter um tablet ou um ipad, mas convinhamos que não se escreve tão rapidamente como num teclado de um computador normal. Eu preso muito as tradições (nem por isso, mas nesta questão sim), porque gosto de ouvir o som das teclazinhas a bater enquanto escrevo e escrevo sem parar. É como uma pequena metralhadorazinha que dispara e dispara sem parar. É isto que faz com que seja eficiente escrever: pensarmos, consciencializarmos e transferir esses pensamentos para os dedos num instante. Já é tão instantâneo que já nem se olha para o teclado (só para pôr os acentos, estou a aperceber-me disto no momento em que escrevo), como é que raios se consegue isso com o teclado virtual de um tablet? É impossível, a menos que tenhamos super poderes e que os nossos dedinhos imaginem teclas precisas e voluptuosas prontas a serem pressionadas. Mas ninguém me entende, até querem passar ao nível seguinte de deixar de escrever para passarmos a ditar para uma máquina escrever por nós. E assim é o futuro, já nem falo escrever à mão, que isso já é ir muito atrás, a tempos remotos e longínquos, de quando as vacas tinham dentes e os porcos voavam. Aí sim é que era, demorávamos uma eternidade a passar textos, mas aprendíamos alguma coisa, a aperfeiçoar a letra de um ano para o outro do liceu que até ficávamos malucos de olhar para aquilo uns anos depois, a pensar antes de escrever para sair bem à primeira, a aprender a usar as mãos como verdadeiras armas de escrita e trabalhos manuais, a segurar num lápis como deve ser para ele não parecer uma agulha nas mãos de tanto desengonçamento. Mas isso são outras conversas, porque a tecnologia é muito bom, sou bastante a favor da tecnologia se for usada com cabeça. E se pusermos as máquinas a pensar tudo por nós, vamos acabar por perdê-la.
O blog que inspira e transpira energia para o dia-a-dia.
0 comentários