Odeio tristezas e nostalgias, mas às vezes é preciso pôr cá para fora o que nos faz mal lá dentro. Foi o que eu fiz e a minha maneira de libertar-me das más energias é escrever e geralmente é na tristeza que me vem a maior inspiração. Antes preferia não estar triste, mas não é necessariamente uma coisa que se escolha e vendo pelo lado positivo até dá uns bons textos. Aqui fica um deles.
Apetece-me hibernar, entrar em sono criogénico sem data definida, qual o sentido da vida se não te tenho? Há um minuto atrás eras tudo para mim e eu para ti, agora só me vejo como um objecto de colecção para um coleccionador não muito satisfeito com as suas conquistas. Dizes que me amas, mas és incapaz de tentar. Dizes que já tentaste, mas não senti o esforço. O esforço não se vê nem se mede, sente-se. Dizes que tens saudades minhas, mas não me procuras. Que homem é este tão em contrassenso? Um dia hei-de dizer à lua que já não é minha nem tua, porque já não nos vê a comunicar há tanto tempo que já se esqueceu. Até lá, vou lhe perguntar todas as noites, porque não vieste para me dar um beijo de boa noite, para dizer que me amas, quando eu era a única que amavas. Dizes que não queres amar mais ninguém, mas eu já não me sinto capaz de acreditar no que dizes, quando me deste a tua palavra que era só um tempo. Sentiste-te bem melhor na minha ausência por não dares em complacência, não ter trabalho é um grande princípio para perder quem se ama. É muito mais fácil se deitar, já agora, na cama que se fez, em vez de se levantar e lutar por nós. Nós é uma palavra que vou ter de deixar de dizer, porque esse já não requer bem querer. Agora somos um eu e um tu à deriva neste mundo sem nos termos um ao outro e sem nos darmos a conhecer a mais ninguém. Porque tu dizes que queres ficar sozinho e eu não aceito que vou ficar sozinha, mas sozinhos todos andamos, temos de aprender é a desapegar. E tudo passa tu dizes, com a experiência que não tens e que eu não tenho, porque já passei por isso, mas não aprendi a sofrer, até porque nunca se aprende a sofrer. E na verdade, se tivesse de dizer uma escala de dor, esta é sem dúvida a pior. E depois há a contingência de não podermos nos tocar como antes, de nos abraçar podemos, mas não como antes, beijar, isso é impensável, porque se acabou não há volta a dar e o tempo passa e os meus lábios só querem poder te tocar. Mas tenho de me segurar, para isto não descambar. Só me resta dizer que ainda tenho muitas coisas para dizer, porque não foram 2 dias, foram 365 mais quase 60, agora faz as contas, aos dias e meses e 1 ano que tive de te aturar e tu a mim e agora dizes que sim, é só sorrir e acenar, como quem diz seguir em frente.
1 comentários
Melhores dias virão amiga <3
ResponderEliminarSei do que falas, pois passei por muito pior neste ultimos meses e ainda hoje não sei como é que tinha força para acordar e ter sempre um sorriso na cara. Mas não desistas se é isso que queres, eu não desisti e foi a melhor coisa que fiz.
Há muito mais vida para além da pessoa que amamos e mesmo por isso tens que arranjar força dentro de ti!
Sofia S.